CSUL-EMPREENDIMENTOS NO VETOR SUL DE BH-ALPHAVILLE

 

 

 

 

JAIME LERNER-ARQUITETO E URBANISTA

PROJETOS DE JAIME LERNER EM VARIOS PAISES



Terreno de 27 milhões de m² na Lagoa Ingleses pretende abrigar projeto urbanístico inovadorUnir moradia, trabalho e lazer em um local que pretende ser exemplo de inovação urbana para o Brasil. No mega empreendimento que será lançado nesta terça-feira no Alphaville, a Região Metropolitana de Belo Horizonte recebe um complexo residencial, de comércio e serviços que vai ocupar, a longo prazo, área de 27 milhões de metros quadrados e tem investimentos avaliados em R$ 315 milhões. Associados, o Grupo Asamar, da Alicerce Empreendimentos, a AGHC Participações, a MINDT e a BVEP, imobiliária do Grupo Votorantim, apresentam a C Sul Lagoa dos Ingleses, que vai criar, entre Nova Lima e Itabirito, um universo em particular.  Com o objetivo de prover o desenvolvimento na região da Lagoa dos Ingleses, o grupo será responsável pela conceituação urbanística da área situada a 20 quilômetros do Belvedere. O renomado arquiteto e urbanista Jaime Lerner, já indicado pela revista Time como um dos 25 pensadores mais influentes do mundo, dá a chancela ao projeto e assina o plano master, fundamentado na nova ideia do bom urbanismo. Movimento recente no país, mas já bastante explorado nos Estados Unidos e na Europa, o misto de habitação e trabalho promete oferecer, na Grande BH, um mix variado de opções, ao estilo de vida do mineiro, em um local elegante, e não elitizado, frisa o diretor-executivo da C Sul, Adriano Lima. O primeiro confirmado é o Shopping Premium, do Iguatemi, que tem inauguração prevista para outubro de 2016.

Baseado nas premissas qualidade de vida, sustentabilidade, planejamento, mobilidade e infraestrutura, o desenho do que vai ser uma verdadeira cidade prevê construções multifamiliares, unifamiliares, escritórios, drogarias, centros comerciais e de serviços, praças, parques e espaços públicos, jardins botânicos, entre outros. Tudo isso organizado em vias de acesso estruturantes e arteriais, sustentadas em soluções de transporte público e ciclovias, explica Adriano Lima. Com planejamento extenso para 30 anos, o masterplan ainda está em fase de finalização conceitual e o empreendimento aguarda licenciamento.

 

                                                                                                   DESENVOLVIMENTO PLANEJADO E SUSTENTÁVEL

A C Sul está localizada no âmbito da Centralidade Sul (daí o nome) definida pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Belo Horizonte (PDDI), do governo estadual, que quer ser uma alternativa para as questões sociais da capital e os municípios vizinhos, segundo Adriano Lima. “A vocação natural da área visa o crescimento econômico planejado e sustentável. O planejamento é um dos principais diferenciais do projeto, que se posiciona como um dos mais importantes empreendimentos urbanísticos do Brasil. Este novo modelo de urbanismo valoriza o diálogo constante entre pessoas, cultura e meio ambiente”, salienta.

A escolha pelo lote gigantesco, contínuo entre Nova Lima e Itabirito, se deu, segundo Adriano, pelo potencial como uma das únicas áreas disponíveis em BH e entorno para abrigar tamanho conjunto. “A área foi oferecida aos sócios que, com visão estratégica de longo prazo, decidiram pelo desafio. Espera-se que seja um lugar agradável, sustentável e seguro, onde as pessoas possam morar, trabalhar e se divertir. Portanto, um local acessível a todos”, acrescenta o diretor-executivo.

                                                                                                     A NOVA CIDADE: TUDO JUNTO NO MESMO LUGAR

De acordo com Jaime Lerner, cabeça pensante que centraliza o cerne ideológico da C Sul, uma cidade é uma estrutura integrada de vida, trabalho e mobilidade – e é aí que começa o bom urbanismo. A separação das funções urbanas no território em compartimentos que obrigam as pessoas a grandes deslocamentos diários, segundo Jaime, é irracional. “Faço uma analogia utilizando a metáfora da 'tartaruga', que leva sua moradia consigo. Imagine o sofrimento da tartaruga se dividíssemos seu casco e espalhássemos os pedaços em diversos pontos”.

Para o arquiteto detentor do prêmio Leadership in Transport Award, em reconhecimento por sua liderança, visão e contribuição no campo da mobilidade urbana sustentável, uma cidade bem planejada entende que essa integração é necessária. E, além de atentar para as questões fundamentais de educação, saúde, atenção à criança e ao idoso, age nos aspectos de mobilidade, sustentabilidade e identidade/coexistência, tão essenciais à qualidade de vida.

MOBILIDADE E ECOLOGIA

Com prioridade ao transporte público de qualidade, que permita aos usuários dignidade, conforto, segurança e eficiência, para Jaime Lerner cada cidade precisa utilizar melhor todas as opções de deslocamento disponíveis - ônibus, metrô, trem, carro, táxi, bicicleta. Em sua opinião, a solução é não ter sistemas diferentes competindo no mesmo espaço; parte da combinação, integração, e operação inteligente daquilo que existe, entendendo os meios de transporte como mais que um conjunto de linhas - são uma rede, e necessitam funcionar como tal, frisa Lerner.   “Acredito que o transporte em superfície tem muito a contribuir. Com as características adequadas – vias dedicadas, embarque pré-pago e em nível, prioridade nos cruzamentos, frequência elevada -, é possível 'metronizar' o ônibus, que é um sistema flexível e pode ser implantado por uma fração dos custos de um metrô, por exemplo. Ainda, para os deslocamentos de curta distância, que ligam os principais nós da rede de transporte público e o destino final do usuário, podemos utilizar veículos pequenos, leves, não-proprietários, movidos a energia limpa, a exemplo do sistema Velib, de Paris, com as bicicletas”.   E é na concepção das cidades que as mais significativas contribuições para uma sociedade mais sustentável podem ser feitas, continua Jaime Lerner. "As cidades são o lar de mais de 50% da população do planeta e respondem por cerca de 75% da emissão dos gases relacionados ao efeito estufa". Para ele, nunca é muito reforçar, coisas simples do dia a dia contribuem para a melhor relação entre homem e meio ambiente. “Todos podemos ajudar ao usar menos o carro, especialmente nos itinerários de rotina; separar em casa o lixo orgânico do reciclável; morar mais perto do trabalho ou trabalhar mais perto de casa. Ainda, dar sempre preferência às infraestruturas e equipamentos urbanos, economizar o máximo e desperdiçar o mínimo. A sustentabilidade é uma equação entre o que é economizado e o que é desperdiçado. Assim, se sustentabilidade é igual a economia/desperdício, quando o desperdício é zero, a sustentabilidade tende ao infinito”.   O diretor-executivo da C Sul, Adriano Lima, esclarece que o modelo é de desenvolvimento urbano. Desta maneira, após a licença prévia, serão realizados estudos mais detalhados para que haja uma ocupação planejada com soluções sustentáveis. Os empreendedores que adquirirem áreas para desenvolvimento imobiliário deverão cumprir premissas baseadas no masterplan. “Cada projeto estará conceitualizado na sustentabilidade, tanto ambiental, como socialmente”, explica.

Para Jaime Lerner, responsável pelo plano master, a cidade é uma estrutura integrada de vida, trabalho e mobilidade, e deve celebrar a diversidade

Como um fator de influência direta na qualidade de vida urbana, a noção de identidade também está presente na nova cidade. O meio urbano deve oferecer locais públicos de encontro entre as diferentes culturas, etnias, classes e manifestações, onde as variadas características da coletividade sejam exibidas e compartilhadas, segundo Jaime Lerner. “A cidade tem que ser o cenário da acolhida e valorização da diversidade: de funções, de idades, de rendas, de usos, de tipologias. É o espaço que agrega e integra - quanto maior a mistura, mais humana ela será”, pontua.

Para Lerner, a sociodiversidade celebra a multiplicidade de pessoas de diferentes povos, idades, credos, raças, rendas, que compõem o mosaico da cidade, sem esquecer da própria identidade - o que define, assim, a coexistência. “É isso que ajudará a garantir a coesão social, a segurança urbana, e, no limite, a possibilidade das trocas, o desejo de se congregar nos espaços comuns - ruas, praças, parques, mercados, calçadões, feiras”.

“Finalmente, a cidade é também um anseio coletivo, precisa de uma visão de futuro que guie o seu desenvolvimento, capaz de motivar os esforços de mais de uma geração para sua consecução. Todos esses conceitos fazem parte das premissas do trabalho que desenvolvemos para a C Sul”.

                                                                                                    PARA MORAR, TRABALHAR E SE DIVERTIR

A união da moradia, trabalho e lazer é um elemento estruturante da cidade tradicional, de acordo com Jaime Lerner. Para o especialista, a interpretação errônea da Carta de Atenas, que entendeu que as funções urbanas deviam ser separadas no território, e a ascendência dos automóveis para os deslocamentos, acabou criando áreas que perderam a escala humana, o ritmo do passo do pedestre, a familiaridade da vizinhança, a oportunidade do encontro no espaço público.  “As pessoas querem mais qualidade de vida. Perder duas horas por dia em deslocamentos para o trabalho não é razoável - precisamos, portanto, aproximar o emprego da moradia. Espaços públicos de qualidade, áreas verdes, equipamentos culturais, infraestrutura social, lazer - tudo isso deve estar integrado o máximo possível no cotidiano dos cidadãos. O setor imobiliário, ao participar desse sonho compartilhado, tem a capacidade de dar visibilidade ao que se deseja de forma ágil, posto que edifica um percentual importante da paisagem urbana. Usar essa pujança a favor do desenho de cidade que se busca faz diferença substantiva”.

                                                                                                 VERTICALIZAÇÃO AJUDA NO BOM URBANISMO

Para ter estrutura de crescimento, um desenho que organize o uso do solo, um sistema viário e o transporte público eficientes, a verticalização, ao possibilitar maiores densidades, é boa ferramenta, segundo os preceitos do bom urbanismo, destaca Jaime Lerner. “Sem esse desenho, a cidade não consegue estabelecer suas prioridades, definir onde adensar, onde proteger, onde colocar as infraestruturas de maior capacidade”.

Para Lerner, usos muito uniformes (comuns nos modelos tradicionais de condomínios fechados) dificultam criar a sinergia necessária à vitalidade dos espaços urbanos, que vem justamente da diversidade e da mistura. “Empreendimentos que se fecham ao seu entorno, enquanto que em um primeiro momento podem trazer uma ilusão de segurança aos moradores, acabam contribuindo para acirrar o problema, ao exacerbar o estranhamento e a exclusão”, afirma. “Sou a favor dos empreendimentos que se abrem para a cidade, que estão conectados à sua estrutura de crescimento, sua visão de futuro, e que usam das ferramentas da diversidade, de densidades adequadas, de valorização do transporte coletivo, de modos leves de deslocamento, e de um bom desenho para construir a qualidade de vida”.

 

Com investimento de R$ 315 milhões o grupo C-Sul, formado por empresas ligadas a setores como infraestrutura, financeiro e imobiliário, negociou área remanescente de 27 milhões de metros quadrados no entorno da Lagoa dos Ingleses, entre os municípios de Nova Lima e Itabirito, margeando a BR-040. Com a proposta de oferecer em um só local, habitação, trabalho, lazer, serviços públicos e privados o grupo prepara grande projeto de urbanização para a área. Em maio, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner vai apresentar na capital o master plan para a região, que deve atrair R$ 20 bilhões em investimentos. O terreno foi adquirido em outubro do ano passado pela C-Sul, grupo que traz em seu guarda-chuva empresas como Asamar, Alicerce Empreeendimentos, BVEP (braço imobiliário do Banco Votorantim), AGHC e Mindt. “A intenção é que o projeto seja desenvolvido a longo prazo, durante as próximas três décadas. Depois do Centro da capital e da Pampulha, a Lagoa dos Ingleses seria uma terceira onda”, diz o diretor-executivo da C-Sul, Adriano Lima e Silva. O executivo também não descarta a comparação com o Rio de Janeiro, onde a Barra da Tijuca ocupou uma região da cidade com infraestrutura para criar bairros com vida própria. “Não temos o mar, mas temos a Lagoa dos Ingleses, que é muito contemplativa. Queremos retomar o jeito mineiro de viver, em um bairro com serviços, esquinas, ciclovias, onde é possível andar a pé.” De acordo com o grupo C-Sul, dos 27 milhões de metros quadrados, 70% será preservado e a ocupação ocorreria em 9 milhões de metros quadrados, tomando 30% da área total. A região será uma espécie de antítese do modelo desenvolvido em outras regiões da capital, que desenvolveram a parte residencial, mas não trouxeram junto serviços, indústria e comércio. “Não queremos repetir erros cometidos no passado. Vamos disponibilizar uma infraestrutura capaz de evitar o movimento de pêndulo, por isso não temos pressa. É um projeto de longo prazo. Quem morar na região poderá trabalhar, estudar e ter diversão no local, desafogando Belo Horizonte”, aponta Lima e Silva. 
Segundo o executivo, com a finalização do master plan o projeto entrará na fase de licenciamento ambiental, o que deve ter duração estimada em dois anos. A partir daí, o grupo inicia as obras de contrapartida (medidas mitigadoras) e também de infra-estrutura, como serviços de água, saneamento básico e energia elétrica. O objetivo é que a infraestrutura chegue antes do desenvolvimento residencial, que deve crescer no local com a oferta de serviços, comércio e até mesmo investimento industrial. O primeiro grupo a anunciar investimentos na área do C-Sul foi o Iguatemi, que comunicou a construção do Premium Outlet, com investimento de R$ 140,7 milhões, gerando emprego para 800 pessoas.

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